Quantos de nós, durante o percurso terrestre, perdemos para as circunstancias da vida, pessoas que nos preenchem de tal maneira que nos tornamos viciados na sua companhia. Achamos que ficarão ali ao nosso lado para sempre. São pessoas que se atravessam no nosso caminho, colocadas estrategicamente por alguém que num plano superior se encarrega de movimentar as peças deste tabuleiro que é o jogo da vida. Cada um apresenta-se com a sua missão ou ensinamento sempre com o objectivo de nos guiar ou elucidar, sempre assertivo nas mensagens que nos transmite. Para nós são seres iluminados que trazem cor à nossa vida. Completam-nos. E quando a saudade – aquela Saudade – nos invade o corpo e a alma, trememos ao sentir um friozinho no estômago e de repente o vazio toma conta de nós. Um arrepio percorre o nosso corpo. É um sentimento – por entre tantos outros – que nos deixa desprotegidos e indefesos à mercê do caminho que outrora percorremos. Falta-nos alguém – falta uma parte de nós -, e não podemos sequer pensar no seu nome porque as lágrimas afogam os nossos olhos nesse mesmo instante. Julgamos a vida que levamos; somos injustos para com ela. Tantas perguntas sem resposta se levantam ao ponto de perdermos a lucidez necessária para reagir. O tempo ajuda a tornarmo-nos humildes – e escondemo-nos – ao ponto de nos perdermos em memórias de acontecimentos passados. Gritamos – em silêncio – até ficarmos sem voz. E nesses momentos quando por instantes ouvimos o nosso nome sussurrado pelo vento, e vemos uma estrela brilhante com uma luz capaz de iluminar a noite mais escura de uma madrugada de inverno, o nosso coração enche-se de alegria e seguimos o nosso percurso. Voltamos a sorrir.
You must be logged in to post a comment.