Quando naqueles dias em que acordamos com a chuva a bater nas janelas como quem tem pressa de entrar, voltamos a puxar os cobertores até ao pescoço e fechamos os olhos durante mais alguns minutos. Imaginamos o dia cinzento que está lá fora. Com certeza que a chuva não está sozinha; o vento e o frio fazem-lhe companhia. A sensação de conforto preenche-nos e ficamos ali quase em transe, num estado meditativo a escutar com atenção o barulho da chuva. Parece que nos quer dizer qualquer coisa; traz-nos mensagens da natureza e lembra-nos da importância de existir um equilíbrio universal que é essencial para o desenvolvimento natural. Vestimos o casaco, saímos do conforto do nosso quarto e aproveitamos o momento para desfrutar do cheiro a terra molhada que a mãe natureza nos proporciona. Continuamos o nosso passeio até ao coração da floresta. Se observarmos com atenção, podemos ver o sorriso das árvores quando baptizadas pela imensidão de pequenas gotas de água que se deixam cair de um céu carregado de nuvens. A poeira assenta e o ar torna-se fresco, as milhares de cores que pintam o quadro da vida natural renovam-se. Aquela sensação da chuva a bater no rosto desperta os nossos sentidos, faz-nos sentir vivos. Por vezes o sol espreita e o arco-íris ilumina o céu cinzento; os nossos olhos enchem-se de admiração. Fugirmos da comodidade à qual estamos presos por causa da propagando consumista das sociedades de hoje e regressarmos por vezes às origens, faz-nos crescer enquanto pessoas. Sermos capazes de conviver lado a lado com a natureza, aproveitando aquilo que de bom ela nos pode trazer, demonstra humildade perante o mais sábio dos seres. Um dia de chuva pode ser um dia de aprendizagem e conhecimento. Os ensinamentos e as sensações devem ser a nossa prioridade. É importante saber escolher os nossos mestres.
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