Naquele domingo chuvoso a Rita foi com os pais visitar um museu. Estava empolgadíssima!
Era sempre fantástica uma visita a um museu: os corredores tão amplos, as salas grandes e bem iluminadas, as paredes sempre tão branquinhas e depois o contraste com todas as cores e todas as formas ali presentes! Era uma aventura!
Mas, aquele museu parecia estranho! Não havia nos quadros nenhuma paisagem, nenhuma casa, nenhuma flor nem nenhum retrato. A Rita olhava espantada para tudo. Os pais aperceberam-se:
— Não estás a gostar, Rita?
— É estranho, como é que expõem obras todas estragadas?
Os pais ficaram espantados:
— Estragadas??? Estragadas como?
— Então… quadrados em cima de retângulos, tudo fora do sítio… Borrões de tinta por todo o lado… Ou os quadros estão estragados ou o pintor não sabia pintar!
Os pais sorriram e a mãe perguntou, curiosa:
— Então achas que o pintor não sabia pintar? Então não era pintor… ou podemos ser pintores sem sabermos mexer nas tintas?
— Oh, ele devia saber alguma coisa, porque senão não tinha os quadros num museu. Podia estar distraído… Mas precisamos de saber pintar para sermos pintores! E um pintor não se deve distrair!!!
— Então e será que não se “distraiu” de propósito?
— Oh, parece que emoldurou o sítio onde limpou os pincéis, com as cores todas misturadas… Olha aquele ali! Fico confusa quando olho para ele!
— Então e não achas que o pintor podia querer que nos sentíssemos confusos quando olhássemos para aquele quadro?
A Rita parou uns instantes pensativa.
— Será que fez de propósito?
Os pais sorriram e ela voltou a olhar para a exposição, agora com os olhos muito, muito abertos. Havia pintores mesmo estranhos!
Vamos lá! Pensar com Calma faz bem à Alma!
— Achas que o pintor era desastrado ou fez os seus quadros tal como os pensou?
— O que é arte?
— Quando desenhas e pintas, na escola ou em casa, és uma artista?
— O que faz com que um quadro deixe de ser só um desenho ou uma pintura e passe a ser arte?
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