A galinha amarela todos os dias punha um ovo. O ovo era quase castanho, bem redondinho. O que eu gostava de ir à capoeira buscar o ovo! Havia ovos de outras galinhas, mas eu só gostava daqueles.
Quando eu era pequena, a minha avó pegava no ovo, partia e fritava numa frigideira pequenina. Colocava num pratinho e eu comia-o como se aquele ovo fosse um manjar de rainha. Para mim, era! Ainda hoje um ovo mexido é o melhor que posso saborear. Tão bom!
Gosto de o comer devagarinho, a saborear. Mas não tem o mesmo gosto daquele tempo.
A galinha amarela, um dia, “deu de frosques”. Isto é, desapareceu.
A minha avó ficou muito preocupada. Uma galinha tão linda! Grande, gorda e a pôr ovos todos os dias. A minha avó procurou em toda a quinta, mas nada! Da galinha amarela, nada. Agora, eu não comia os ovos mexidos com a mesma satisfação. Não tinham a gema tão amarelinha que lembrava um pequeno sol.
Os dias foram passando. E da galinha, nada! Não aparecia. A minha avó pensou que a raposa teria passado por ali e comido a nossa galinha. Um petisco para ela. Nada mau!
O meu ovinho era frito na mesma. Na mesma frigideira e no mesmo pratinho, mas os da galinha amarela… não eram nada iguais. Estes tinham a gema menos bonita, menos amarelinha. Não eram iguais ao sol como os outros. Mas que fazer? Nada! A galinha não estava lá.
Uma tarde de sol, quando me divertia a correr com o cão no meio das flores, ouvi barulho.
Virei-me e desatei a correr. A galinha estava ali, mesmo junto a mim. Só que vinha acompanhada com dez pintainhos lindos, amarelinhos, redondinhos.
Afinal a galinha tinha posto os ovos na silveira. Chocou os ovos e os pintainhos ali estavam, lindos e gordinhos.
Qualquer dia, ela torna a pôr os ovos que me vão saber tão bem!
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