…vou escrever o que me levou a estudar tudo isto e ainda hoje sigo estudando porque há sempre algo novo ou velho, que pode fazer a diferença no decorrer de um tratamento, e isto sim pode mudar a vida de uma pessoa. Isto porque ontem fui desafiada a escrever sobre a Naturopatia e os seus efeitos por alguém que faz consulta comigo há alguns anos.
Bem, para começar é preciso entender que eu sou daquelas pessoas que gostam de estudar, sou curiosa por natureza, gosto de compreender como funciona tudo, o que está por detrás disto ou daquilo. Então, durante anos fiz tratamentos para alergia respiratória, do gênero de me propor a aprender sobre como aplicar vacina e injeção para poder aplicar as vacinas de todas as semanas que tinha que levar. Foram longos cinco anos desta solução que para mim não foi solução definitiva. Então um dia pensei comigo, “isto tem que ter outra forma de ser tratada”. Dito e feito, encontrei uma pessoa que me falou sobre os efeitos da homeopatia e dos florais, e lá fui eu. Para resumir, depois de uma consulta de homeopatia e entre um tubo e outro de grânulos encontramos o remédio adequado e passados 27 anos nunca mais tive crise alguma de alergia respiratória e nunca mais tomei remédios para tal como dantes tinha que fazer. Então este foi o meu primeiro encontro com a Homeopatia e foi a revelação.
Quando se fala de homeopatia as pessoas pensam em placebo, pensam como é que bolinhas de açúcar vão fazer algo… mas fazem, e fazem muito mas como tudo na vida é preciso acertar o profissional de saúde, é preciso acertar o remédio, é preciso fazer as tomas adequadas e seguir as sugestões que são dadas para ajudar no processo. Então não há milagres, há estudo e trabalho de ambas as partes.
Passados muitos anos, com o nascimento da nossa filha mais velha e de um episódio daqueles que são considerados “normais” para muitos, e que nos deixou aterrorizados e traumatizados, tanto a nós como a ela também. E tudo por conta de uma febre que não passava, e que como o pediatra dela estava fora, nos mandou a urgência pediátrica de um famoso hospital de Lisboa. Só para resumir, tiramos a nossa filha de lá sob protesto da médica, isto depois de a picarem inteira para descobrir o que havia de errado com ela. Quem levou filho pequeno para hospital sabe do que falo, do sentimento de impotência que temos com aquele povo todo com agulhas de todos os tamanhos e tipos a furarem a criança para encontrar uma veia… e a criança ali nos olhando assustada como quem diz não vai me salvar?!?!
Respeito profundamente o trabalho de todo profissional de saúde, mas naquele momento tomamos a decisão de tirar a nossa filha dali e fomos procurar ajuda de um medico que só se dedicava e dedica a acupuntura e Medicina Tradicional Chinesa, porque depois de 3 dias de febres altas e quando digo altas eram mesmo perto dos 40º, e com uma ida as urgências já se está por tudo. O que resultou da ida a esta consulta, é que passado 10 minutos do tratamento a febre desaparece e não volta, o diagnóstico: dentição! Sim, todo aquele carnaval do hospital por conta dos primeiros dentes, tudo bem que pais de primeira viagem poderíamos entrar naquela festa, mas sempre me perguntei se a pediatra de plantão, os enfermeiros de plantão… se todos os que viram a nossa filha naquela noite não pensaram que um bebê saudável de 6 meses poderia ter uma febre por conta de umas gengivas grossas e dentes a quererem sair?!?! Enfim, isto serviu de lição e aprendemos muito, só que durante 1 ano todos os dias a mesma hora a nossa filha acordava aos berros e só parava quando percebia que estávamos ali para ela e que ela estava protegida em casa. Aí entrou a homeopatia, fomos a uma consulta de um médico homeopata antroposófico que nos prescreveu para ela umas bolinhas que em poucos dias mudaram a vida dela e a nossa, voltamos todos a dormir sossegados.
Estes dois episódios me fizeram entender que assim como nós haviam outros pais e pessoas que precisavam de respostas e tratamentos personalizados, que precisavam de entender que o sintoma físico era mais do que só isto, era o sinal de algo que não ia bem organicamente, mas também mentalmente, emocionalmente e espiritualmente.
Então fui estudar Homeopatia, Naturopatia, Terapia Auricular, Florais, fui estudar tudo que pudesse dar respostas mais eficazes sobre sintomas e gerar uma qualidade de vida melhor ou mais adequada para todos. Eu que já vinha da área de alimentação fiquei então fascinada com o que se podia conseguir com a união de várias terapêuticas com a alimentação, com regras de higiene física e mental, com exercícios físicos e meditação, com uso de homeopatia, florais e suplementos, com o uso do shiatsu/tui na e reflexologia, com o uso de acupuntura e ventosas… é um novo mundo velho que funciona muito bem e mais funciona excecionalmente ainda melhor como prevenção. Ainda hoje estudo, porque há sempre o que aprender, há sempre um adulto ou criança que vem a consulta e que me faz olhar para o mesmo sintoma de forma diferente, então claro que tenho que buscar uma terapêutica mais adequada.
Estes dois episódios me fizeram entender que assim como nós haviam outros pais e pessoas que precisavam de respostas e tratamentos personalizados, que precisavam de entender que o sintoma físico era mais do que só isto, era o sinal de algo que não ia bem organicamente, mas também mentalmente, emocionalmente e espiritualmente.
Costumo trabalhar em conjunto com outros profissionais da saúde sejam médicos, psicólogos, terapeutas das diversas áreas, porque acredito na soma para um resultado comum mais rápido e melhor. Acho que os exames todos são necessários, que a opinião dos especialistas é importante, que há um momento onde as terapêuticas naturais resultam e a outro onde de fato só a alopatia pode ajudar. Há pessoas que ficam frustradas quando veem a uma consulta comigo e eu recomendo outro profissional, porque de fato o estado em que se encontra precisa de ser mais radical o tratamento e se não sou capaz de dar o que ela precisa sei que há outros que podem e isto sim é servir, é este o papel do Naturopata, servir ao propósito do bem-estar e da saúde.
A Naturopatia vai atuar em casos agudos e crônicos, mas o ideal mesmo é ela atuar como prevenção, é tratar de garantir por meio de uma série de sugestões a melhor qualidade de vida para aquela pessoa ali na consulta. E isto vai implicar em muitas vezes ter que se mudar padrões de comportamento, mudar alimentação, mudar ideias… sim mudamos ideias, porque percebemos que o sintomas traz consigo um sentimento e que este sentimento precisa também de ser visto, ou seja vamos ver a origem de tudo e neste percurso há altos e baixos, há muito trabalho para ser feito e que nem sempre é fácil.
Quem faz consultas comigo sabe que, além de alimentação, suplementos ou grânulos, há sempre livros, há musicoterapia, há PNL, há muito TPC que varia em função da pessoa e da sua disponibilidade, que vão ajudar imenso no resultado final que se quer obter. E eu digo sempre o meu compromisso é ajudar, e o do paciente é, além de querer ser ajudado, fazer a parte dele em tudo, porque não há milagres, há sim trabalho e muito. Levou anos a adoecer então pode levar algum tempo para ficar saudável e é assim mesmo, tudo tem o seu tempo.
Hoje em dias temos duas filhas, a mais velha teve que tomar remédio alopático uma vez e o fizemos com a certeza profunda de que não havia outra possibilidade naquele momento. A segunda vai com 11 anos e nunca tomou nada além de homeopatia e suplementos naturais para reforçar imunidade. Vão as consultas normais das suas idades e são saudáveis. Mas não quer dizer que não tenham gripe, que não tenham febre, que não tenham os seus males, mas para cada sintoma, uma boa conversa, um chá, sopas e descanso, um homeopático e tempo para se recomporem. Só que, quando peço aos pais que deem tempo aos seus filhos de se recomporem a resposta é “não temos este tempo”. E isto é triste para os pais e para as crianças, que são medicadas – às vezes sem necessidade – com produtos que “supostamente” bons mas que, se usados muito seguidamente, depois criam resistência no organismo, não a doença, mas ao remédio.
Muito resumidamente vou contar uma experiência que tive há alguns anos de uma criança de 3 para 4 anos que tinha tomado tanto antibiótico que o próprio pediatra disse que não sabia como iria trata-la se houvesse uma outra crise naquele ano. Imagina como é para um pai/mãe ouvir isto?
Então estes pais por “não terem alternativa” vieram a consulta comigo, até por sugestão de um parente para que se tentasse algo diferente. Resultado da consulta é que tivemos que mudar alguns hábitos alimentares e entre outras coisas, mas de uma criança que não ficava sem tomar antialérgicos fortes e que não ficava sem usar spray nasal com corticoides, passou para uma criança que nos últimos 2 anos teve crises ligeiras, não precisou mais de antibiótico e está cada vez mais saudável. Agora se me perguntam é sempre assim? Não, nem sempre. Mas estes pais mudaram muitos conceitos e pré-conceitos que tinham sobre tratamentos naturais, e apenas o fizeram porque, ainda que não acreditassem muito no começo, a melhora da menina era visível e contra factos, não há argumentos… não é?!?!
A Naturopatia vem somar juntamente com outros formas de tratamento sejam elas mais ortodoxas ou não, como já disse acredito na soma de todos para um bem comum: ser saudável!
Agora cabe a cada um saber o que escolher como forma de se tratar, mas sempre lembrando que pode escolher, que precisa saber escolher, que se for preciso vá a dois ou três profissionais até ter a certeza do que quer fazer. E sobre isto vou partilhar uma história verdadeira e engraçada, o meu sogro, era militar e daqueles que analisa tudo, e que olhava para o meu trabalho com certo “receio/respeito”. Mas ele quando tinha qualquer sintoma ia primeiro a uma consulta com médico super-especialista, depois perguntava para mim o que poderia ser feito e eu dizia o que poderia ser feito neste ou naquele caso. Com posse desta informação ele voltava ao médico e perguntava o que o médico achava do que eu tinha dito. No geral, o médico concordava que poderia ser uma abordagem que funcionava. E foi assim que aos poucos que ele começou a fazer uso da Naturopatia, um pouco a confiar e um pouco a desconfiar – e ainda bem, porque temos que perceber que é preciso pensar sobre o que nos é sugerido sempre e seja por quem for. Pense nisto!
Saúde é a soma de todas as áreas da nossa vida bem vividas e em harmonia!
E que julho seja de saúde plena, aproveitando muito o sol, o mar, as férias, a família, as risadas e a comida da estação para nutrir de forma adequada o corpo.
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