Lembro-me de um artigo de um moço que contava a história do seu “sim”. Na altura, era CEO de uma pequena empresa de software e, por algum motivo, houve uma grande empresa que lhe propôs um grande contracto. Ele tinha um problema. Sabia que não tinha capacidade de suportar um projecto tão grande e os recursos de que dispunha já estavam alocados a outros projectos em curso. Contudo, mesmo tendo toda aquela conjuntura à frente, ele disse “sim”. Fez contracto e pôs-se imediatamente a explorar a empresa pareceira, recursos, projecto, etc. Na altura em que ele relatava esta história, já se tinha tornado numa empresa muito maior do que era antes do contracto e, de facto, tinha conseguido entregar o projecto com sucesso. O que ele diz que foi responsável por esta mudança e sucesso foi o “sim” que ele deu. Admitia que tinha tido alguma sorte pelo caminho, mas ele sabia que jamais estaria naquele patamar se não tivesse dado aquele “sim”.
Na verdade, se eu fizer um apanhado das histórias de sucesso das pessoas que me rodeiam, todas elas têm esta característica em comum. A determinada altura, deram um “sim” como resposta. Irreflectido ou consciente, com ou sem riscos, foi essa afirmação positiva que fez o ponto de viragem na vida delas.
Porque nada – mesmo nada – é tido como garantido. Se formos ponderar à casa infinitesimal, haverá sempre um factor de risco, um factor que está fora do nosso controle. Mas, não será isso natural na complexa rede social em que vivemos hoje em dia? Sabemos que, hoje, mais do que nunca, nenhum sucesso é individual. Ou seja, somos praticamente obrigados a entregar o “nosso” sucesso a outro alguém. Para grande infelicidade do nosso Ego, o sucesso deixa de ser apenas nosso e temos de o partilhar com mais alguém. E, ao fazermos isso, somos forçados a nivelar o nosso Ego à real dimensão do nosso Ser. (Isto, se formos humildes, claro.)
Contudo, nem todos os sucessos são feitos de “sins”. Um sucesso pode vir mascarado de várias histórias de insucesso, onde dizemos mais tarde “se não tivesse passado por aquilo, não estava onde estou hoje”. Faz parte do processo de crescimento, e é muito mais eficiente aprender com os erros que observamos nos outros, do que passar pela experiência da derrota – se bem que há derrotas pelas temos sempre de passar, parece-me.
Outras vezes, o derradeiro “sim” ainda não está pronto (ou somos nós que não estamos prontos), e temos de criar condições para que o “sim” do sucesso possa aparecer à nossa volta. No fim de contas, é difícil dizer o que vem primeiro. Se o “sim” vencedor, ou se as mudanças que impômos à nossa volta para motivar o “sim”. Faz tudo parte do processo de transformação que pode tanto vir de uma vontade interna, como uma oportunidade que foi criada à nossa volta.
Nas linhas finais, sobra sempre uma coisa. É o nosso “sim” que muda tudo. É a vontade interna de querer mudar onde começa a história de todos os “sins”. Porque, se não houver essa vontade, nada muda. A nossa intuição está lá – de “sentinela” – para nos ajudar, para nos dar suporte à confiança a necessária, para nos dizer quando é altura de dizer o “sim” derradeiro. E, garanto-te que vais saber quando será o momento desse “sim”. É esse o papel da nossa intuição.
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