A Pegada Ecológica mede a área biologicamente produtiva – terra cultivada, florestas, pastagens, áreas de pesca – que um indivíduo, população ou atividade necessita para a produção de recursos e para a absorção dos resíduos que produz.
Atualmente a Humanidade usa o equivalente a 1,7 planetas por ano.
Todos os anos é determinado o dia em que o consumo de recursos naturais pela humanidade ultrapassa a capacidade de o planeta os repor ao longo do ano – The overshoot day. Em 2000 este momento foi assinalado no final de setembro. O ano passado ocorreu a 8 de agosto. Em 2017 recuámos mais seis dias, registando-se a 2 de agosto.
Se fizermos um paralelismo com a nossa conta bancária, o resultado apresentado significa que durante os primeiros sete meses e dois dias deste ano fomos gastando dentro dos limites do nosso ordenado. A partir daí, começámos a ter de recorrer às poupanças e a créditos, uma vez que o ordenado deixou de ser suficiente para fazer face a todas as despesas.
Em Portugal, entre 1961 e 2013, a pegada ecológica média per capita aumentou de 2,2 gha* para os 3,9 gha por pessoa. Os sectores com maior impacto neste resultado são o consumo de alimentos (32%) e a mobilidade (18%), sendo, assim, pontos críticos de atuação.
Se todos os países tivessem a mesma pegada ecológica que nós, seriam precisos 2,3 planetas para fazer face ao nosso atual consumo de recursos.
É possível calcular a pegada ecológica individual – www.footprintcalculator.org/. Eu experimentei e percebi que o impacto que tenho na natureza é bem maior do que eu esperava. A minha pegada ecológica é de 2,9 gha. Se todos vivessem como eu: seriam necessários 1,7 planetas para garantir o nosso estilo de vida, e a 31 de julho teríamos atingido um patamar de consumo de recursos naturais equivalente ao que o planeta consegue regenerar num ano.
Se nos próximos anos conseguirmos antecipar o dia em que ultrapassamos a capacidade de o planeta repor os recursos que consumimos em 4,5 dias por ano, em 2050 conseguiremos viver dentro das capacidades da natureza. Ou seja, viveremos de forma sustentável no único planeta que temos.
Em futuras rubricas abordarei algumas ações que podemos tomar para reduzirmos a nossa pegada ecológica.
* A pegada ecológica é medida em hectares globais (gha), unidade que representa a produtividade média de áreas biologicamente produtivas num determinado ano. Utilizada em indicadores como a pegada ecológica e a biocapacidade, esta medida é útil porque permite combinar numa única métrica diferentes tipos de solo que apresentam diferentes produtividades.
Fontes de informação:
- www.footprintnetwork.org/
- www.overshootday.org/
- www.youtube.com/watch?v=oPO2-KCyFvc
- www.footprintnetwork.org/resources/glossary/
- https://zero.ong/a-global-footprint-network-e-a-zero-mostram-a-evolucao-desde-1961-da-pegada-ecologica-de-portugal-com-um-aumento-de-73-somos-o-pais-com-a-9a-pegada-mais-elevada-no-mediterraneo-e-com-6a-mais-baixa/
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