Mas, afinal, o que são boas escolhas?
A sociedade impele-nos, pelo consumismo, de fazer escolhas diárias. Muitas delas não se coadunam com os nossos gostos nem com as nossas necessidades. Mas somos impelidos pelo marketing do que nos faz bem e de que aquilo é uma tendência.
Depois, temos ainda as opiniões dos nossos pais, irmãos, familiares e amigos sobre aquilo que a sociedade espera de nós e das suas próprias convicções. Convicções essas muitas vezes adquiridas e que na maioria das vezes não fazem parte do que desejam ou querem.
Crescemos com necessidades, vontades, coragem sem condicionalismos, mas ao longo tempo vamos ouvindo, “não fales”, “não grites”, “olha que te sujas”, “atenção ao buraco”, “não vale a pena tentares porque te vais magoar”, …
Ou seja, tudo aquilo que está desperto em nós à nascença – a coragem, a inocência, a força, a falta de condicionalismo – é-nos retirado num determinado momento, muitas vezes pelo medo de quem cuida de nós, outras vezes pelo medo deles próprios ou simplesmente – e tão grandiosamente – pelas suas convicções.
Mas, ao longo do tempo, as suas convicções passam muitas vezes a ser as nossas convicções. E crescemos e elas ganham raízes e dessa convicções nascem mais umas quantas, ramificadas, que nos levam para bem longe daquilo que um dia fomos.
Então há o dia, os dias, as semanas, os meses e, muitas vezes, anos, em que sentimos a necessidade de encontrar algo, ou de uma insatisfação generalizada, de tal forma que não conseguimos ter prazer, em estar connosco ou com os outros. Não estamos a falar de uma procura de conhecimento mas sim de uma procura de Nós, mas que muitas vezes não conseguimos identificar. E, por isso, continuamos à procura, e procura, nos outros, no outro, em todo e qualquer lugar, sempre fora de nós.
E a linha é muito ténue. É tão ténue que, quando percebemos que em toda e qualquer parte está um “EU” – uma parte de mim – todas as minhas escolhas passam a estar em pleno com o que Eu sou e preciso. E então já não existem más escolhas. Já não existem escolhas em função dos outros e das convicções. Não existem escolhas baseadas nas nossas convicções. Existem escolhas que vão ao encontro de mim e essas são as melhores.
E tu? Tens-te encontrado? É-te permitido fazer boas escolhas às tuas escolhas?
Estás a fazer escolhas baseado no que desejas? Ou escolhes pela vontade dos outros?
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