Esta época é uma época intensa de emoções, vivências e cada um com a sua forma de a viver.
Nas últimas semanas já li de um tudo sobre o Natal, sobre o consumismo, sobre as falsidades das relações, sobre os fretes natalícios, sobre aquilo que cada um pensa, escreve, mas raramente pratica.
Aquilo que mais observo e sinto é que cada um vive o Natal na medida do outro e não à sua medida.
Ontem alguém me dizia o quão difícil era esta época por aquilo que desejava e não tinha, por aquilo que tinha e não desejava, pelo misto de sentimentos familiares, e…
Ao que respondi que efectivamente não é fácil, como Seres que somos, processarmos tudo isto, as vivências, as expectativas, as imposições da sociedade. Continuamos continuamente a olhar para fora sem olhar para dentro. E acreditem não é fácil. Claro que não. Mas é possível.
É possível viver esta quadra dentro de nós, pois é lá que ela deve existir este é um tempo de nascer e renascer em Ti.
Este ano fui presenteada com o nascimento da minha segunda filha.
Sempre gostei do Natal, dos mimos, dos doces, de todo o esforço “bom” que fazemos para celebrarmos este momento.
Já passei pelas fases do consumismo, confesso, mas continuo a adorar dar presentes, mas cada vez mais presentes com sentido com emoção e não presentes desnecessários.
Gosto dos doces de Natal acabadinhos de fazer e os quais não ganham sequer forma na travessa tão depressa que desaparecem.
Gosto do entusiasmo do meu filho, dos meus sobrinhos que parecem viver isto com intensidade tal… Que nos tira o fôlego.
Mas muitas vezes me questiono se podia ser diferente sim podia, podíamos estar mais unidos, podíamos celebrar esta quadra todos juntos como uma grande família, mas somos muitos, com famílias diferentes, com vontades diferentes e, no meio de tudo isso, é preciso haver respeito, paciência, relativização e harmonia, pois cada um fará o melhor possível e o melhor possível passa por aceitar e celebrar o que nos foi presenteado.
Mas dizia-vos então o que é para mim o Natal. O Natal é tempo de nascer, de renascer, é o tempo que antecede o fim de ano, o início de um novo ciclo, de colocar em perspectiva, de deixar para trás o que não te permite avançar. O Natal é tempo de Renascer.
Este ano, para mim, tem um sabor especial. Não precisas ter filhos para que isso aconteça, mas ao ter sido presenteada com o nascimento da minha segunda filha mais um desafio se me colocou o do renascimento de mim.
Foi uma gravidez desejada, mas intensa, um parto sofrido – muito sofrido – e um pós parto que trouxe várias situações atípicas que te fez superar limites desconhecidos, fé que pensavas não ter e uma força inimaginável.
Se abraças te tudo com um sorriso, não. Muitas vezes com lágrimas, desânimo.
Mas de repente olhas para um bebé amoroso e lembras te que ele te trouxe o poder de renasceres da descoberta de que és muito mais do que imaginas e do que és.
E é esse o poder que cada um de nós tem dentro de si, o poder de Nascer Renascendo.
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