No início de um novo ano, de um novo ciclo é habitual colocarmos a nós mesmo novas metas, novos objectivos, novas intenções. Pedimos desejos, queremos novas resoluções. Por vezes temos até tendência para colocarmos objectivos demasiado altos, que sabemos claramente que nos vão ser difíceis de alcançar, pelo menos da forma como sempre temos feito.
Ai só nos restam duas hipóteses ou nos reinventamos promovendo mudanças internas que nos permitem fazer diferente para alcançar esses objectivos ou paramos por breves instantes, reflectirmos, questionamos a nós mesmos, internamente se realmente as intenções que estamos a colocar o que estamos a desejar é realmente o que nos faz falta, o que nos serve e principalmente se este desejo é nosso ou se eu o estou a repetir por uma ligação inconsciente a um membro do meu sistema familiar. Se estou a ser conduzido numa direcção que claramente eu sinto não ser a minha.
Se nos permitirmos reflectir e identificar de que parte nossa essa intenção surge, se é apenas o Ego a falar ou se é uma intenção da minha Alma Individual ou uma intenção da Alma familiar, se é mesmo uma intenção verdadeira que estava à espera há muito para ser resgatada por nós.
Se soubéssemos isto não colocaríamos tanta pressão sobre nós mesmos, não criávamos tanta expectativa e por consequência de o não alcançar não viria a frustração consequente. Não sentiríamos tanto peso.
Nós estamos inevitavelmente ligados à nossa Alma familiar, estamos ligados a todos os membros da nossa família, os presentes e todos os que nos antecederam, fazemos parte deste núcleo, cada um deles está presente em cada célula nossa, em cada movimento nosso.
Sabias que muitas das nossas metas, dos nossos desejos e objectivos de Vida, foram ou são também desejos e metas que estão presentes nestes membros familiares?
E que muitos deles não conseguiram alcançar o que outros alcançaram na perfeição?
Existem dois tipos de força no nosso sistema familiar aos quais nos podemos ligar.
Podemos nos conectar aos membros que se realizaram, que conseguiram manifestar a sua essência a sua verdade da vida que levaram ou levam, e que ao nos ligarmos a eles isso nos dá uma força, exerce em nós um poder de concretização, um movimento para a frente. Isso fazer também com que sejamos demasiado confiantes, como se não houvesse limites.
Por outro lado podemos nos conectar aos membros que não conseguiram realizar-se, e quando refiro realização, refiro-me a todos as áreas na nossa vida, que não conseguiram ser quem são, não conseguiram manifestar a sua verdade, não conseguiram mostrar o seu brilho ao mundo. E isto provoca em nós a sensação de que por mais que façamos nunca conseguimos nos sentir realizados, mas também nos dá a sensação de que ao sermos estamos a ir contra algo ou alguém e que não podemos ou não merecemos ter essa realização.
Esta conexão que vos falo acontece porque nos ligamos a membros da nossa família, por um movimento que sistemicamente se designa por Lealdade Inconsciente.
Esta Lealdade só acontece porque existe um Amor profundo. Existe um Amor que conduz estes movimentos inconsciente no sistema familiar a alcançar esta harmonia este equilíbrio. O sistema familiar sempre procura harmonia.
Por este motivo é tão importante percebermos internamente de onde está a surgir a vontade de alcançar uma determinada meta, um determinado objectivo. E mais do que identificar é ter a possibilidade de estar em plena conexão connosco mesmos, estar apenas ligados ao que são os objectivos individuais, ligados apenas aos planos que Alma tem para cada um.
Por isso a libertação é tão importante, principalmente ao iniciar um novo ciclo que impulsiona por si só estas mudanças. Libertamos o que não nos serve e resgatamos força e principalmente o Amor que está presente em cada sistema familiar, mesmo os mais complexos. Se tivermos presente em nós que o Amor é que conduz será sempre mais fácil identificar e libertar o que não serve mais, porque sabemos que permanecemos sempre ligados, embora apenas com o que é nosso.
Por isso deixo-te um exercício que criei, para que possas identificar e libertar, para que pleno/a de ti mesmo possas então realizar e criar as tuas intenções de Ano Novo.
É um exercício que podes realizar ao iniciar cada ciclo, mas que podes usar também sempre que sintas que estás desconectado/a de ti mesmo, sempre que sintas peso.
- Senta-te num sitio sossegado, onde saibas que não vais ser interrompido;
- Fechas os teu olhos e faz três inspirações e expirações profundas;
- Permite a cada inspiração e expiração conectares-te com o teu corpo, sentindo apenas como ele se encontra, se ele está leve, se está pesado, observa só, sem dares nenhum comando, permanece apenas;
- De seguida, diz em voz alta o objectivo, a meta, desejo que gostarias de alcançar, e observa as manifestações do teu corpo, observas as reacções a essas palavras, e questionas em vos alta, este objectivo é apenas meu? E aí observas novamente as reacções do teu corpo, que te vão guiar a identificar se sim ou se não, se sim tu dizes “EU VEJO E RECONHEÇO EM AMOR ESTE MEU OBJECTIVO,DESEJO, ETC…”, se claramente a sensação for não, dizes “EU VEJO ESTE OBJECTIVO, DESEJO, ETC…MAS ELE NÃO ME SERVE, POR ISSO LIBERTO E DEVOLVO EM AMOR TUDO O QUE NÃO É MEU E FICANDO APENAS COM O QUE É MEU”
Após verbalizares as palavras, inspiras e expiras mais três vezes e lentamente abres os teus olhos, sentindo-te certamente mais leve.
Espero que este pequeno exercício te ajude e estares mais pleno/a de ti, a estares mais conectado/a à tua origem às tuas raízes.
Quando te ligas em Amor, permites a ti mesmo/a um novo movimento, um movimento à Vida.
Chegaram mais 365 oportunidades de escreveres uma nova história, qual a história que desejas escrever?
Feliz Ano Novo!
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