O mês passado juntei-me a um grupo de limpeza de praia e fomos para a Ericeira recolher o lixo de uma praia não concessionada.
À primeira vista a praia parecia estar relativamente limpa. O que me fez ficar (estupidamente) triste por sentir que aquela acção ia contribuir pouco para reduzir o impacte dos plásticos no ambiente. Contudo, no final acabei por ficar surpreendida com o monte de resíduos que um grupo de cerca de 50 pessoas conseguiu juntar numa hora.
Estas acções pontuais podem parecer ter pouco significado. Mas, se olharmos à volta, percebemos que o número deste tipo de acções tem vindo a crescer nos últimos tempos. E, assim, uma acção que aparentemente tem pouco impacto, na verdade faz parte de um pacote colectivo de acções que se foram “interinfluenciando”, resultando num impacto muito maior.
Recentemente vi um vídeo inspirador sobre Afroz Shah, um advogado indiano que começou a limpar sozinho uma praia em Mumbai, completamente coberta de lixo. Com o tempo, mais pessoas foram-se juntando, envolvendo desde moradores locais e escolas a políticos.
Afroz acabou por liderar a maior limpeza de praia do mundo, tendo sido distinguido, em 2016, com o prémio da ONU “Champions of the Earth”. Actualmente, para além de passar a palavra em conferências e outros eventos, Afroz organiza limpezas de praia nesses locais que visita.
Para os mais proactivos do voluntariado ambiental, deixo-vos o nome de uma aplicação – Lixo Marinho – que permite contabilizar o lixo recolhido em acções de limpeza de praias. Para além da sensibilização, pretende-se com esta aplicação produzir dados estatísticos através da contabilização e mapeamento dos resíduos em território nacional.
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