Fotos que Falam: Um presente especial!

Fotos que Falam: Um presente especial!

Estação de Combóios com destaque no relógio de ponto.O que é o tempo afinal?

Um conceito abstrato, dirão uns. Uma mera unidade de medida, defenderão outros. Alguns mais agastados, chamar-lhe-ão tirano.

Talvez seja simplesmente, o que dele quisermos fazer.

Chega a ser engraçado pensar que a hora que tanto custa a passar, é a mesma que corre desenfreada, sem dó.

A verdade é que todas as horas têm 60 minutos. A velocidade dos ponteiros, é coisa precisa e matemática. O que muda realmente somos nós!

Sim, a tal mudança que nos acompanha, como se de uma sombra se tratasse, é que nos leva a percecionar o tempo, de formas tão diversas e até antagónicas.

O tempo meteorológico.

O tempo musical.

O tempo verbal.

Damos um tempo.

Matamos o tempo.

Perdemos tempo.

No meu tempo era assim.

Não tenho tempo para nada.

Já passou mais um ano? Nem acredito!

Parece que foi ontem.

Sempre presente na nossa vida, ele também é passado e futuro.

Por vezes sinto que anda ladrão nisto. Um qualquer sabotador que me rouba minutos aos meus dias. A coisa é de tal ordem, que chego a não querer ouvir o relógio da igreja a lembrar, de meia em meia hora, que o dia segue numa corrida sem fim, mas no fundo eu sei, que tento encaixar demasiadas tarefas, nas tais 24 horas.

Acredito até, que quanto mais corro, menos realizo, mas falta-me ainda sabedoria para não me deixar dominar por esta epidemia.

Acredito que todos nós, pelo menos durante uma parte da vida, e de forma quase inconsciente, pense que precisa de se mostrar muito ocupado, para se sentir importante e ganhar o respeito dos outros.

O tempo também pode ser uma época. Vivemos uma época de grande azáfama mundial. Tudo gira a uma velocidade impossível de acompanhar. A informação chega-nos por todos os lados, por todos os canais. Digerir tudo, selecionar o que é importante e verdadeiro, é tarefa que requer grande destreza.

Nesta correria, misturam-se valores, distorcem-se realidades e chega-se a cair no ridículo de fazer julgamentos, baseados em pressuposto completamente falsos ou manipulados.

Por falar em manipulação e porque o mundo parece ter acordado de rompante, para os desastres ambientais de que somos vítimas e carrascos ao mesmo tempo, vem a propósito, o festival mediático que se criou à volta de uma adolescente que resolveu mostrar, de forma mais acesa, os tais perigos, que as agressões ambientais representam.

Não está em causa o discurso de Greta Thunberg, mas parece claro, o aproveitamento político e mediático, de que tudo isto enferme. A sociedade tende a trucidar tudo o que é genuíno.

Acredito que grandes grupos económicos tentem desviar as atenções, fazendo crer exatamente o contrário, do que realmente preconizam.

Puro romantismo, esta viagem por mar, de 21 dias que a dita ativista fez até Portugal. Podemos tomá-la como uma mensagem, no entanto, completamente descolada da realidade. Que urge alterar os hábitos enraizados na sociedade, ninguém duvida, mas acredito também que a economia não pode simplesmente parar, à espera que tudo fique perfeito.

Quem patrocina a vida desta miúda? Que lóbis já se escondem por detrás deste circo?

O nosso tempo também é feito, destes fenómenos, paridos por uma mole de gente, que os agiganta, para logo a seguir os aniquilar.

Nascem legiões de indignados, por detrás dos écrans. Enchem-se redes sociais de palavras solidárias, mas a realidade mostra o contrário. A tolerância e o respeito, são valores cada vez menos praticados. Há um egoísmo dissimulado, a crescer assustadoramente.

Nada muda, se NÓS, não quisermos mudar!

Já abordei esta questão noutras ocasiões e estou convicta que tudo começa dentro de cada um.

As grandes mudanças acontecem com pequenos gestos. Temos um poder incrível!

Reduzir o consumo de embalagens.

Cortar com os alimentos processados.

Preferir produção local.

Usar mais transportes públicos.

Reciclar.

Reaproveitar.

Usar a água de forma consciente.

Pensar antes de comprar.

Descartar, o descartável.

Estamos em plena época natalícia e este ano, não está a ser diferente dos anteriores. Somos invadidos por campanhas publicitárias agressivas, embrulhadas em músicas ‘glicodoces’ e mensagens enganadoras. Somos levados a crer, que a felicidade depende dos perfumes, das pandoras e dos chocolates e fundamentalmente de marcas, muitas marcas.

Marcas que querem enriquecer, fazendo-nos pagar, para exibir as suas etiquetas. Quem fala sobre o verdadeiro espirito de Natal?

O que representa realmente esta época?

Mas…

Calma! Somos livres, não se esqueçam. Temos nas nossas mãos, a possibilidade de não nos deixarmos manipular. Temos nas nossas mãos, a possibilidade de alterar tudo isto.

O Tempo é uma dádiva, uma oportunidade de fazermos cada vez melhor.

Dar desinteressadamente. Não ceder às artimanhas dos grandes monopólios Apostar no comércio tradicional, fazer os presentes que vamos oferecer, podem ser caminhos para viver esta época de forma mais verdadeira e realmente feliz. Porque a felicidade não se compra, por mais que nos tentem vender este conceito.

Vamos dar-nos um incrível presente, este Natal?

Aqui fica a minha proposta:

Requalificar o NOSSO PRECIOSO TEMPO.

Se o tempo é o que dele fazemos, então vamos dar-lhe qualidade.

Descobrir o que nos faz infeliz, para a seguir descartar.

Descobrir novos interesses. Estar atento ao que verdadeiramente gostamos de fazer. Arriscar.

Aprender, aprender!

Eu já comecei 🙂

O facto de estar aqui a escrever, é prova do que vos digo. Descobri na escrita, um gratificante caminho, para a minha realização pessoal.

Gostamos de fazer tantas coisas que desconhecemos… surpreendam-se!

Nunca é tarde para começar. E lembrem-se, pequenos gestos, grandes mudanças.

O NOSSO TEMPO, pode ser feito de PAZ e ABRAÇOS, porque esperam?

Feliz Natal.

Abraço-vos com o meu carinho, a MINHA MARCA!

Estação de Combóios com destaque no relógio de ponto.

Ângela Rego (Foto)
Paula Cristina Castanheira (Texto)

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