Um livro é companheiro, é janela para outras vidas, umas reais, outras ficcionadas, outras ainda, mesclas impercetíveis de fatos e fantasias.
Que procuramos neles?
Momentos de descontração, talvez argumentos para nos abstrairmos, para refletirmos…
Vidas sem livros, assemelho-as a jardins sem flores, a Romeus sem Julietas.
Aquele momento em que para tudo. Agora sou eu e ele. Deixem-nos a sós, no nosso cantinho. Estamos bem assim…
O fim que desejamos, mas que não queremos que chegue. O instante em que acaba o romance e nos despedimos, chega até a dar vontade de chorar.
Podemos até apaixonarmo-nos por uma personagem, desejamos que nos apareça à frente, encarnar-lhe a coragem.
Viajamos no espaço, no tempo, assim sem sair do nosso sofá.
Enquanto estou a ler um livro, afeiçoo-me a ele, ganho-lhe carinho, faz parte de mim, andamos juntos para todo o lado, é bom, muito bom!
Quem escreve, fá-lo por si, para si, parece estranho, se pensarmos em escritores que são lidos por milhões de pessoas, mas acredito que até esses, escrevem porque precisam de o fazer, há uma necessidade que não se explica. Uma necessidade de passar a escrito, o que os olhos veem, o que o coração sente.
Não vos falo dos escritores comerciais, dos que escrevem a metro, a pedido de uma qualquer editora, não vos falo desses que escrevem, com um único objetivo, ganhar dinheiro!
Esses não entram nesta equação. Falo-vos do que escrevem com o coração. Dos que se despem em cada página. Dos que se emocionam ao escrever, porque são eles, com os seus medos e desejos, com as suas expetativas e sonhos, são pedaços deles, que estão ali, em forma de texto.
O exercício da escrita é um processo, muito pessoal de análise. Uma pesquisa minuciosa do Ser, uma tentativa de redescoberta!
Se escrevemos, devemos fazê-lo para nós, não a pensar na opinião de terceiros, afinal é impossível agradar a todos. Acredito que a escrita, também nos define. Cada um tem uma maneira muito pessoal de escrever, é nessa genuinidade que está o valor de um texto, de um artigo, de um romance.
Todos nós temos visões diferentes de um objeto, de uma paisagem, de uma pessoa. Está tudo certo. E afinal, não existe uma verdade, acredito que existam muitas, mas muitas verdades.
Há livros que nos marcam. Quem não tem um, ou mais livros que servem tantas e tantas vezes de referência? Quantas memórias guardamos, do que lemos? Quantos ensinamentos? Quantas questões?
Hoje proponho que sejamos nós a marcar os livros, que dizem?
Preparei 3 marcadores em croché. Adorei mais este desafio e o resultado final, deu-me um imenso orgulho.
As linhas usadas, serão naturalmente ao vosso gosto e de acordo com o que têm disponível.
Eu utilizei materiais que já tinha em casa.
Marcador lápis
Fiz 2, um em verde e branco e outro em vermelho e branco
Aviamentos
-
Fio branco
- Fio verde
- Fio vermelho
- Agulha de croché (usei uma de 2,5 mm)
- Agulha de cozer lã
Execução
Cordão com o fio verde (ou o vermelho) com 40 malhas
Carreira de ponto alto. Um ponto alto para cada malha de base
Carreira de ponto baixo com o fio branco
Carreira de ponto alto com o fio verde (ou vermelho)
Carreira de ponto baixo com o fio branco
Carreira de ponto alto com o fio verde (ou vermelho)
Comecei cada carreira, sempre pelo lado direito, por isso tive várias pontas, que fui escondendo, à medida que avançava o trabalho.
Carreira de ponto baixo, com o fio branco, a toda a volta do retângulo inicial.
Para o bico do nosso lápis
Numa das extremidades, uma carreira de ponto alto com o fio branco e mais duas carreiras com uma diminuição de cada lado.
No final, com o fio verde (ou vermelho) fazem-se quatro pontos baixos numa carreira e dois na última.
Agora é só rematar as pontas que ainda sobrem.
Passa-se o trabalho a ferro, para que fique esticadinho e para que fique firme e impermeabilizado, passamos de ambos os lados com a ajuda de um pincel, termolina.
Já usei este produto, noutros trabalhos que publiquei. Deixo aqui a receita. Depois de seco, este produto, é completamente transparente, não deixando qualquer vestígio nos nossos trabalhos.
- 2 partes de cola branca
- 1 parte de água
- ½ parte de álcool etílico
Deixa-se secar o trabalho e está pronto para marcar o livro que estamos a ler. Ou quem sabe, oferecer 😊
Marcador leque
Aviamentos
- Fio barbante
- Agulha de croché (usei uma de 2,5 mm)
- Agulha de cozer lã
Execução
Este trabalho tem vários pontos e diversas fases, por isso considero que a explicação, fica melhor ilustrada, com o esquema que partilho aqui.
Nele podem ver, que vão ter de incorporar, cordão, ponto baixo, ponto baixíssimo, ponto alto e ponto alto duplo.
No final, devem passar-lhe o ferro para esticar e a termolina para endurecer. A decoração final, é naturalmente livre. Deixem-se levar pela imaginação. É tão bom!
Eu usei uma fita de seda e uma franjinha feita com próprio fio barbante.
Neste período de recolhimento obrigatório, ficam aqui estas sugestões, para ocuparem de forma prazerosa o vosso tempo. E quando tudo ficar bem, vamos ter miminhos para oferecer a quem gostamos.
Miminhos e claro, todos os abraços que agora não podemos dar.
Vamos ficar todos bem
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