Não gosto que chova no molhado e ponto final!
Não falta quem fale do vírus, sem que atrás dele venha um chorrilho de lamurias e queixas e tal, que estamos fartos de estar casa, que já não se aguenta, que fazer aos dias, que outrora eram alegres e livres?
Acredito que muitos de nós, nos queixávamos por outrora, querer passar mais tempo em casa, quando eramos obrigados a sair de madrugada e a regressar à noite.
Faz parte da nossa natureza, reclamar e querer o que não temos, estar onde não podemos estar. Reclamamos porque chove, reclamamos se faz sol, reclamamos do frio, barafustamos com o calor.
Quando tínhamos muita gente à volta, reclamávamos. Agora que andamos a fugir das pessoas e elas de nós, reclamamos de solidão…
Muitas profissões não são compatíveis com o teletrabalho, sabemos bem, e confesso que me sinto mal, por viver hoje numa sociedade em que uns são obrigados a ir trabalhar e outros são obrigados a estar em casa. Diz-se que desta forma, todos estamos a cumprir o nosso dever. Que todos estamos a contribuir para que, mais rapidamente nos possamos abraçar, rir, à volta de uma mesa cheia, passear e tomar um chá numa esplanada.
As crianças não vão à escola, mas têm escola. Muitos não podem ir trabalhar, mas trabalham. Afinal somos todos flexíveis e nem sabíamos!
Acredito que se oiça agora mais música, que se leiam mais livros, que nos estejamos a conhecer um pouco melhor. Acredito que nunca se tenha falado tanto, partilhado tanto, como nestes tempos. Acredito ainda mais, que todos temos muito para aprender, com este estranho tempo.
Nunca fiz tanta coisa pela primeira vez, como agora!
Comprei o meu primeiro E-book. Construí a minha primeira página no Facebook. Pratico yoga, com o professor Bruno Amaral que está em Paris e que por acaso fala francês e assim pratico também o meu francês. Assisto a sessões de coaching, que por acaso são dadas em inglês e assim pratico o meu inglês. Faço cursos de escrita em regime de E-Learning e interajo com escritores de renome. Estou a terminar o meu curso de formação de formadores, que era em regime B-Learning e passou para E-Learning. E entro em salas de aulas virtuais, faço reuniões no Zoom, abro contas bancárias à distância… E os canais de Youtube o Stream Yard, enfim um mundo novo para mim. Experiências e muita, muita aprendizagem.
E no meio de tanta coisa nova, eis que sabe bem voltar lá atrás, aos trabalhos manuais.
E assim, cá por casa, lançamos mãos à obra.
Olhámos à volta e encontrámos diversos materiais, com enorme potencial para testar a nossa imaginação.
Especialmente para quem tem crianças, esta pode ser uma ótima maneira de os entreter e educar. Podemos reatualizar diversos desperdícios. Dar-lhe uma nova vida.
A casa ficou mais cheia e mais divertida 😊 com um pouco de barulho a mais, mas vá lá, sou paciente por natureza heheheheh.
Apareceu o cavalo Royal a galope, com o xerife Buoundi na sela. Vinham atrás do casal Nogueira, ainda não percebi porquê, todos querem falar ao mesmo tempo, uma grande confusão, só vos digo.
Entretanto fomos todos convidados para assistir à corrida mais louca do mundo.
Na pista, três fortes candidatas ao pódio: a tartaruga Lusco-Fusco, a eterna rival, tartaruga Gazela e claro, a lagarta Sempreabrir.
Foi mesmo divertido, transformar o que por cá havia.
Xerife Buoundi
- Cápsulas de café, usadas para o corpo, pernas, mãos e pernas
- 1 Noz para a cabeça
- Cola branca para unir
- Canetas de feltro para desenhar os olhos
- Agrafos para decorar o casaco
Cavalo Royal
- 1 lata de fermento royal para o corpo
- Cápsulas de café para as pernas, estribos e sela
- 1 cabide para a cabeça e pescoço
- Lã para o rabo
- Fios de uns auriculares avariados para as rédeas
- Torneira de uma caixa de vinho, para a parte superior do corpo
- Cola branca para unir, para a crina, olhos e nariz
- Canetas de feltro para desenhar os olhos
Casal Nogueira
- Nozes para o tronco, cabeça e pernas
- Fósforos para os braços e dentes
- Restos de fitas de seda para a gravata do Sr. Felizardo Nogueira e para o vestido da Sra. Felismina Nogueira
- Lã para o cabelo da Felismina
- Cola branca para unir e para fazer a boca e os olhos
- Canetas de feltro para desenhar os olhos e o cabelo do Felizardo
Tartarugas Lusco-Fusco e Gazela
- Casca de noz para a carapaça
- Grão de bico para as pernas e cabeça
- Fio de auriculares para o rabo
- Cola branca para unir
- Canetas de feltro para desenhar os olhos e as unhas
Lagarta Sempreabrir
- Caixa de ovos para o corpo
- Auriculares avariados para os olhos, boca e antenas
- Cola para unir e fazer o nariz
- Canetas de feltro para pintar o corpo
Estas são apenas ideias. O importante é despertar a vontade, de voltar ao artesanato e a consciência de que nada se perde, nada se cria, tudo se transforma.
Momentos divertidos estão garantidos.
E sabem com eu defendo a ideia, de que o artesanato é uma fantástica forma de terapia, sem conta-indicações.
Vamos fazer o que ainda não foi feito?
Divirtam-se e sejam felizes!
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