E então temos o mês Maio conhecido como o mês das mães… fiquei pensando no papel das mães e chego a conclusão de que, entre sabermos que vamos ter um filho e o ter, há um gap total de ilusão, sonho, realidade e fantasia tudo junto e misturado, sem falar das dúvidas e medos, afinal não há um manual definitivo de como proceder ser houver avaria 1 ou 2 daquela criatura.
E mais uma coisa importante, em especial para as mães de primeira viagem, ninguém conta a verdade sobre a parte dura da maternidade, e vou falar só de algumas das coisas que podem acontecer mas que ninguém te diz: as vezes dói amamentar, vamos ter sono e não vamos poder dormir, vai ter um momento onde só vai apetecer devolver a criatura, que os momentos de sossego vão terminar e que talvez algum dia possam ser recuperados… que filho custa dinheiro e tempo, que filho faz da vida de gente o céu e o inferno, e isto pode ocorrer em simultâneo e várias vezes ao longo do dia, e não se preocupe nem você é doida e nem a criatura, simplesmente acontece de ser assim.
Lembro da resposta da minha comadre quando eu perguntei para ela porque ninguém tinha me contado o lado B da maternidade, e a resposta dela foi: se te contasse não acreditaria! Que verdade tão verdadeira e simples.
Talvez seja por isto, por todas as noites sem dormir, por todas as comidas feitas, por todas as vezes que levamos um susto com uma doença ou uma queda no parque, por todas as vezes que nos pomos a rezar e pedir a Deus por paciência é que temos um mês para as mães.
Existem mil maneiras de ser mãe, não penso que uma seja melhor do que outra, até porque com duas filhas percebo que cada uma tem uma forma de ser e estar diferente da outra e com isto acabamos por ter uma forma de educar para cada uma delas. Não posso querer que uma sedentária comece a fazer exercícios e goste de cara, e nem posso pedir para a outra que é toda atlética que do dia para noite deixe de o ser, simplesmente cada criança traz em si uma forma própria de viver, de florescer e ser. Por isto dizer que é educar igual, que é amar igual, que é… gente, eu removi o igual do meu vocabulário, porque igual não é possível num universo tão distinto de uma pessoa para outra. Por isto mesmo, somos mães diferentes para cada filho, claro que há coisas que são de senso comum e serve para tudo e todos, mas cada mãe é uma mãe, ou é ainda a melhor mãe que se consegue ser para o filho que se tem.
As vezes ouço de algumas mulheres que fizeram tudo por seus filhos, e aí me pergunto, mas será que é isto que deveríamos fazer enquanto mães? Será que os nossos filhos não precisam de fazer a parte deles nesta relação? Será que não estamos a dar demais? Fico aqui a pensar…
Na minha época de criança se minha mãe precisasse de erguer a voz comigo ou com os meus irmãos, acredita que estamos metidos no maior problema de sempre. E hoje, infelizmente, vejo muito filhos a desrespeitarem os seus pais seja com palavras e até com atos… uma tristeza, mas será que esta mãe errou? Será que esta mãe se perdeu ou foi o filho que se perdeu? Qual deles na verdade se perdeu, o que de fato se perdeu aqui?
Por mais “mente aberta” que eu seja, por mais que acredite em diferentes formas de educar, há algo que nem toda educação do mundo pode mudar: essência! Uma criança que tem um temperamento difícil pode melhorar ao longo da vida, pode ser amenizado com terapias e suplementos, mas não se muda uma essência, e talvez por isto hajam tantos pais que chegam numa determinada altura da vida e não conseguem reconhecer aqueles seres ali na frente deles. Porque ao longo dos tempos os pais tentam de todas as formas e mais algumas, ajudar os seus filhos a serem pessoas melhores, mas por vezes esquecem que não está no poder deles esta mudança. A vida é como é, e cada um vai ser o que escolher ser, e o poder de atuação de uma mãe vai até onde pode e não aonde quer.
Para todas as mães de plantão, abandonem as suas culpas, porque tenho certeza de que fizeram e fazem muito mais do que podem, mas chega uma hora que precisam de abandonar as culpas para poderem aceitarem que tudo bem o que quer que seja, tudo bem se o seu filho errar, tudo bem se ele acertar, tudo bem porque você fez tudo o que poderia, mas não vai poder viver a vida toda nesta prisão da mãe perfeita e do filho perfeito. E ao fim e ao cabo, ser mãe é isto, viver e deixar viver!
Então, o meu desejo para o dia das mães é que possam ser as mães que conseguem ser e não se sentirem culpadas por tudo e por nada, não sentirem que falharam porque fizeram demais ou de menos, porque ao fim e ao cabo sempre há um bom motivo para o povo se revoltar ou ter algum trauma pelo qual você será a culpada. Nada que um bom psicólogo não resolva, ou então o ciclo da vida com o processo da maternidade não torne claro. Não há formula para a maternidade ou o educar, só há boa vontade e trabalho, e o resto… bem o resto é historia que fica para a nossa historia.
Feliz dia das mães para as mais diferentes mães, que ser mãe é para os fortes!
Jaqueline Reyes
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