Bichos-da-seda, Calimeros desta vida!

Bichos-da-seda, Calimeros desta vida!

Por vezes vivemos a uma velocidade tal que nos esquecemos de nós. Distorcemos prioridades, parecemos até, máquinas acopladas a um qualquer processo produtivo, despidos de pensamentos ou emoções.

Deixamo-nos verdadeiramente cair num teia complexa e perigosa, da qual só sairemos se nos permitirmos parar e olharmo-nos!

Geralmente transportamos toneladas de pensamentos negativos e digam lá se estas frases não vos são familiares?

Ando tão cansado

Não tenho tempo para nada

Estas coisas só me acontecem a mim

Porquê eu?

Estou sem paciência!

Sei que não vou conseguir!

Para quê tentar? Já sei que vou falhar!

Não passo da cepa torta!

O dinheiro nunca me chega!

Outra vez segunda-feira? Que chatice!

Odeio aquele estupido!

Jã não aguento mais!

Por vezes parecemos bichos-da-seda, fechados no seu casulo, tecido de queixas e desgraças.

Esquecemo-nos de quase tudo, menos de nos mantermos tristemente em rotinas desprovidas de VIDA!

Acredito que a aprendizagem é diária e que se quisermos, cada dia é mais uma fantástica oportunidade de evoluir, sorrir e abraçar. Então porque insistimos neste registo ‘Calimero’?

Não nos damos oportunidade de abrandar, de olhar para dentro do nosso ser, de procurar respostas. Que bom seria, sabermos, de vez em quando parar o relógio e viver connosco, para nós!

E parar não significa ficar quieto a olhar as estrelas. Podemos fazê-lo, sim, mas vou partilhar alguns dos meus pequenos segredos, pequenos gestos, ao meu alcance e que me podem tirar deste carrossel sem graça, sem aventura, sem descoberta!

Percorrer as sete colinas da nossa linda Lisboa, de ténis e mochila às costas.

Admirar a fachada dos edifícios lindos que temos espalhados por tantos locais.

Sentir o aroma das flores.

Ouvir o marulhar das águas.

Tomar um duche quente.

Segurar a porta do prédio a um vizinho, com um enorme bom dia.

Dar o lugar a alguém necessitado, num transporte publico.

Mimar aquele cão que todos os dias passa por mim.

Levar comida aquele gatinho que vive sem um lar.

Recolher cobertores para aquecer os animais que se encontram à espera de uma família.

Fazer qualquer tipo de voluntariado.

Desafiar aquela amiga que sei estar triste, para um jantar.

Levar uma flor a alguém, só porque sim.

Olhar-me ao espelho e sorrir.

Abrir um vinho para brindar a mim.

Descobrir aquele hobby que me dá prazer.

Preparar a mesa mais linda para receber aqueles amigos, ou simplesmente para mim.

Sorrir, sorrir e sorrir!

Estaria aqui muitas horas a enumerar tudo o que me faz bem e me ajuda a sair do turbilhão dos dias!

Cada um encontrará, se quiser, se estiver atento, caminhos para dar a volta a uma existência mais cinzenta.

Até os bichos-da-seda um dia saem do casulo e conseguem transformar-se em borboletas.

Não podemos adormecer! Não podemos caminhar na vida como robôs! Somos seres fabulosos, plenos de energia e oportunidades.

Permitam abanar-se. Permitam, até, receber um enorme chuto no vosso rabiosque, só não podem parar na busca da vossa felicidade. É uma maratona muito gratificante, sem fim à vista.

Desfrutem de cada pequena conquista. Serão suplementos naturais de energia para seguir para mais uma etapa.

Por amor a vocês!

Paula Castanheira (Texto)
Ângela Silva (Foto)

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