E quando te preparas para divagar sobre sustentabilidade e surge o Covid-19?!
Venho abordar aqui a questão do minimalismo, questionar certos hábitos adquiridos que (parece que) fazemos desde que nascemos. Mas o país entrou em estado de alerta…. um continente entrou em isolamento individual colectivamente praticado…. o mundo inteiro entrou em estado de consciencialização… não fosse a gravidade da situação, quase que poderíamos achar ‘bonito’. A união que se sente, a solidariedade que surge, a corrente que liga todos, para vencer um inimigo invisível, mas que gera um medo, um terror comum e que só como UM Todo unido nas mesmas práticas, nos mesmos procedimentos, virando-nos para dentro de casa, para a família, para dentro de nós, em Amor por nós e pelos outros vamos conseguir ultrapassar.
Independentemente do género, cor, raça, religião, crença, local, sem tempo para obter respostas, sem ter tempo de planeamento, apenas a reagir à situação, da melhor forma possível, é assim que o mundo inteiro está, em suspensão, a aguardar que as semanas passem e os números comecem a diminuir. A verdade é que estamos a assistir a algo nunca visto, nem previsto até há poucos meses atrás, num mundo que parece rodar a uma velocidade louca que não deixa tempo para respirar e olhar para nós. É tempo de parar, de respirar ar mais puro, de dar colo às nossas crianças, de passar tempo com aqueles que amamos e nos amam, de ir à janela conhecer finalmente os vizinhos, de unir as vozes de cada janela a cantar para manter a alegria, de aplaudir profissionais sobrecarregados, de passear (se possível) no bosque vazio e esperar. Aguardar talvez por uma nova realidade que nos espera. 🙂
Claro que ainda não percorre todos os Seres, apesar de opiniões diversas ou divergentes, ao ser apenas só mais uma gripe, ou ser o fim da humanidade como a conhecemos, independentemente de a origem ser natural, de guerra biológica ou económica, a realidade é que está aí, à nossa porta, com culpados ou sem culpa alguma, o nosso dia a dia alterou radicalmente em menos de nada. Obrigados a uma higienização exterior rigorosa, ao recolher ao ninho, temos também mais tempo para uma higienização interior. E tão necessária nos dias de hoje!
O Convite está a ser feito…. parar, recolher, colaborar individualmente na comunidade, fazer o nosso melhor em prol de um bem comum, então aceitemos esse convite, todos individualmente, todos coletivamente! Vamos aprender algo com toda esta situação, não a ter medo, não a apontar o dedo, não a criticar políticas, mas sim a dar o nosso melhor contributo a este desafio global que mexe com todos.
Para ser mais fácil interiorizar o “ficar em casa” semanas seguidas, ficam opções. Cada casa/família há-de ter as suas preferências, planem em família o que podem fazer, agarrem na vossa Home Agenda e comecem a inventar, é a altura certa para:
- experimentar as receitas novas que nunca houve tempo de experimentar;
- irem todos para a cozinha aprender a cozinhar, novos e crescidos para de futuro estarem coordenados nas confecções familiares;
- fazerem jantares à luz de vela;
- fazer jogos de tabuleiro;
- fazer refeições temáticas: piqueniques na varanda; à japonesa: no chão da sala; banquetes de reis e rainhas vestidos a rigor; detoxs de uma semana; etc:
- combinar video-jantares com a familia ou amigos distantes;
- fazer as pequenas reparações em casa há tanto tempo pendentes;
- redecorar a casa com imaginação, aproveitando o que já se tem;
- fazer artesanato com o que iríamos mandar para o lixo ou reinventar novas peças com objectos existentes
- fazer limpezas grandes e profundas;
- pôr a leitura em dia: pesquisar editoras que estão a disponibilizar livros gratuitos on line;
- visitar museus e galerias que virtualmente estão a ser disponibilizados;
- fazer planos de férias sustentáveis para quando for possível viajar;
- fazer períodos de meditação cada vez mais longos;
- praticar posturas de Yoga;
- praticar exercício físico em família;
- saber conversar e compreender assuntos delicados que hajam por resolver no seio familiar com vista a uma resolução e não fomentar distanciamento;
- aproveitar e escrever no ‘papel’ listas de gratidão; listas de objectivos, sonhos e metas; comportamentos internos a melhorar;
- escrever e enviar dedicatórias e louvores a quem gostaríamos de agradecer e enaltecer nas nossas vidas;
- escrever um livro, podendo publicar capítulos para testar adesão do público;
- ligar a amigos e familiares com os quais nunca temos tempo suficiente para falar, comecem na letra A da agenda telefónica e liguem mas evitando o assunto do dia;
- arranjar o jardim ou a horta de casa;
- plantar comida e flores em casa, ao alcance de cada um, seja vaso pequeno, grande, horta ou quinta;
Para que os abraços sejam verdadeiramente sentidos quando os pudermos voltar a dar, para os beijos suspensos terem o efeito curativo que sabe bem receber, acatemos com serenidade e calma esta fase que vivemos, pois as fases seguintes vão ser ainda mais desafiantes no que diz respeito à união e solidariedade que vamos ter de pôr em prática para voltar ao re-equilíbrio económico e social após esta ‘crise’, mas deixemos isso para outra reflexão. 🙂
Poderemos de futuro, com a aprendizagem atual, pensar em:
- ser grato por tudo o que se tem e não dar nada como garantido;
- passar mais tempo em casa, com os nossos filhos, sem prejuízo da vida profissional mesmo que a um menor ritmo
- passar a ter horários laborais flexíveis consoante a idade, necessidade de cada um
- pode o equilíbrio financeiro ser possível a nível mundial se as economias mais fortes ajudarem as mais carentes até se atingir um estado de justo equilíbrio;
- podemos ter grupos de voluntários em projetos solidários de impacto no bem estar mundial
- podemos sonhar com comunidades de vizinhos onde a inter-ajuda é uma constante
- será necessário haver tantas superfícies comerciais, se baixarmos o consumo para o que realmente precisamos?
- repensar o modo como consumimos
- realizar a vida profissional de modo mais produtivo em ambientes diferentes do típico escritório
- repensar o modo de vida atual, as notícas viajam rápido, mas nós poderemos viver o dia a dia em modo calmo e sem correr.
Que esta fase seja vivida com serenidade, paz e muito Amor por nós, por todos e pelo Planeta 🙂 🙂 🙂
Namastê
MariaMar
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