Quantas vezes andamos cegos e desesperadamente loucos, à procura de resposta?
Quantas vezes interiorizamos que ser feliz, é um objetivo fora do nosso alcance?
Quantas vezes julgamos depender dos outros para atingir este patamar?
Quantas vezes procuramos contentamento na acumulação de tralha?
Quantas vezes achamos que estamos completos, quando conseguimos o carro dos nossos sonhos?
Quantas vezes nos lançamos em corridas de alta velocidade, para fugirmos de nós?
Quantas vezes nos esquecemos de sorrir e abraçar?
Quantas vezes vivemos vidas que não são nossas?
Quantas vezes nos escondemos atrás de máscaras?
Quantas vezes tentamos controlar e cobrar?
Quantas vezes julgamos?
Quantas vezes nos esquecemos de saborear o caminho?
Quantas vezes nos embebedamos de futilidades?
Quantas vezes nos sentimos num processo tóxico de regressão?
Não sei qual a receita. Verdadeiramente ninguém sabe, quero acreditar.
Acredito, isso sim, que a felicidade pode ser feita de múltiplas simplicidades.
Acredito que complicar só nos faz sofrer.
Acredito que sem partilha nos condenamos a existências balofas.
Acredito que precisamos confiar e deixar fluir.
Acredito que por vezes é preciso parar.
Acredito que estamos nesta vida com o propósito de sermos felizes!
Abracei o presente com carinho e sentei-me. Enquanto, descontraída, baloiçava as pernas sobre o horizonte, saboreei cada segundo daquele entardecer. Absorvi-lhe a luz, inspirei-lhe a paz e sorri!
Tudo ali estava para mim. Acredito agora, que sempre lá estivera, eu é que não via!
Ângela Rego (Foto)
Paula Castanheira, Novembro de 2018 (Texto)
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