E se não houvesse ar para respirar? E se o ar que existe tiver de ser fabricado por uma estúpida máquina no valor de milhões de euros, que apenas produza o ar suficiente para 3 dias, sendo necessário o pagamento de uma taxa para que o próximo fornecimento de ar seja garantido? A poluição matou o nosso planeta. Já não é possível respirar livremente, e todos os seres vivos estão condenados a uma morte lenta e dolorosa, devido à existência de químicos expelidos para a atmosfera através das gigantescas chaminés de fábricas criadas pelo homem. Há muito que os animais e as árvores sucumbiram à falta de ar. Só os mais ricos respiram livremente dentro de suas casas, dotadas de maquinaria para produzir ar artificial. São esses mesmos ricos que vendem ar respirável aos mais pobres por preços exorbitantes e exploram as cadeias de fornecimento para cidadãos. Quando alguém falha no pagamento, o ar é cortado sem lugar a remorsos, e as pessoas são abandonadas à morte. As mulheres e crianças, vendendo o seu corpo, sujeitam-se aos caprichos dos homens poderosos, que sem escrúpulos usam-nas e abusam como se de objectos se tratassem. E tudo por um pedaço de ar para respirar. As cidades, outrora locais de ajuntamento de multidões na azafama diária de vidas despreocupadas, deram lugar a ruas desertas, destruídas e cinzentas, onde as pessoas se preocupam apenas em arranjar dinheiro para o próximo fornecimento. Vivem em pequenos grupos, ajudam-se uns aos outros na procura de objectos que possam trocar por comida, ou que possam vender para juntar mais alguns trocos para o pagamento obrigatório. São infelizes. Já não existe esperança para um mundo melhor. Resta-lhes esperar que num futuro próximo, ao fim do terceiro dia, não exista mais ar.
Este pode ser o cenário de um mundo moderno não muito distante dos dias de hoje se permitirmos que nos privem de algo que nos pertence por direito. Semear a igualdade entre os Homens é caminho para um futuro melhor.
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