A bijuteria, reveste-te de infinitos aspetos e materiais. Mais ou menos valiosa, mais ou menos trabalhada, mais um menos artesanal, mais ou menos sentimental, faz parte do nosso quotidiano.
Umas preferem-nas mais sofisticadas, outras mais étnicas, outras mais alternativas.
Diz-se que a bijuteria é um ramo da ourivesaria, que pretende criar peças de valor mais baixo e por isso mais acessível à população em geral.
Elas dão um toque final a qualquer visual. Muitas vezes, quase sempre, dizem algo sobre nós. Com elas fazemos combinações de cores e estilos, umas mais prováveis, outras nem por isso, mas todas válidas.
O mercado oferece-nos uma infinidade de objetos de bijuteria, mas hoje a minha proposta é fazermos com as nossas mãos, algumas peças. Claro que são propostas muito simples ao alcance de qualquer leiga na matéria.
A vontade de fazer, a curiosidade tem-me levado por caminhos tão desconhecidos, quanto fantásticos. Aprende-se mais um pouco e partilha-se. Podemos não inventar a roda, mas seguramente colocamos-lhe sempre um toque pessoal.
Vamos então fazer brincos, um pendente e uma pulseira.
O lema é aproveitar o que temos em casa, sempre que possível.
Brincos de renda
Fiz dois pares, para poderem ver diversos efeitos com a mesma ideia.
Material
- Linha 12 matizada
- Linha 6 lisa
- Agulha de croché 1,5mm
- Agulha de cozer, grossa (remates)
- 4 Anzóis para brinco
- Termolina (impermeabilizante e endurecedor)
- 2 Partes de cola branca
- 1 Parte de água
- ½ Parte de álcool etílico
Preparação
Faz-se uma corrente com 8 malhas e fecha-se a argola.
Fazem-se 12 pontos altos (cada carreira, começa sempre com 3 malhas, que representam o primeiro ponto alto), 2 malhas, 12 pontos altos, 2 malhas e fecha-se a primeira carreira.
Fazem-se 12 pontos altos (ponto sobre ponto) e sobre as 2 malhas da primeira carreira, faz-se um ponto alto, 2 malhas e um ponto alto. Fazem-se mais 12 pontos altos (ponto sobre ponto) e termina-se a segunda carreira, na segunda extremidade, com 1 ponto alto, 2 malhas e um ponto alto.
Na 3ª carreira fazem dois pontos altos seguidos, 3 malhas que se fecham, com um ponto baixo, entre os dois pontos altos. Com este procedimento, estamos a fazer o picô para o nosso brinco. Nas extremidades, sobre as malhas da carreira anterior, fazemos 3 pontos altos, com as respetivas 3 malhas.
Fecha-se a ultimo carreira e rematam-se as pontas pelo lado do avesso. Ao preencher a argola central, com a primeira carreira, devemos ir escondendo a ponta inicial. Desta forma, no final do trabalho basta cortá-la.
Repete-se a operação para o segundo brinco e colocam-se os ‘anzóis’, na malha do meio. Eles servirão para pendurar na orelha
Agora chegou a hora de usar a termolina, para dar o toque final ao nosso trabalho. Podemos preparar este produto em casa, conforme as quantidades que vos indiquei. Sobre uma superfície plástica e com a ajuda de um pincel, primeiro do avesso e depois do direito, vamos espalhando a termolina, uniformemente. Todo o trabalho deve ficar bem molhado. Aproveitamos esta fase para abrir as malhas, com o pincel.
Depois, basta deixar secar por algumas horas. De preferência de um dia para o outro. É claro que este é só um princípio, uma espécie de caixa de pandora. A partir daqui, podemos usar a imaginação e criar infinitas peças originais. No segundo par de brincos, usei 2 contas em madeira.
Os ‘anzóis’, podem ser reaproveitamentos de brincos que já não usamos. E a linha, sobras de outros trabalhos.
Uns brincos diferentes todos os dias? Porque não?
Pendente
As palhinhas de plástico, já fizeram parte do nosso quotidiano. Eram usadas de forma inocente. Não havia o abanar de consciências. Muito menos o necessário conhecimento sobre a nefasta abalance de plástico a que estávamos a sujeitar o nosso planeta. Agora que percebemos o que está a acontecer, começamos a dar passos, ainda que lentos, no sentido de libertar a Mãe Terra, desta catástrofe com a nossa assinatura.
Cá em casa, já não usamos palhinhas descartáveis, mas ainda sobraram algumas, do tempo da inconsciência.
Com algumas destas, ou reciclando outras já anteriormente usadas, podemos prolongar-lhe a utilidade, produzindo, pequenas e simples peças de bijuteria.
Material
- Restos de palhinhas
- Papel vegetal
- Ferro de engomar
- Tesoura
- Furador
- Fio para pendurar ao pescoço
- Molde em formato de coração
Preparação
Cortam-se os restos das palhinhas em pequenos pedaços, colocam-se unidos entre duas partes de papel vegetal e com a ajuda do ferro de engomar, aquecem-se até derretem ligeiramente e unirem.
Retira-se do papel, a nossa placa, feita dos pedaços das palhinhas e com a ajuda de um molde, desenha-se um coração.
Agora é recortar, fazer um furo com a ajuda do furador, nele passar o fio, para o pescoço, prender e está feito o nosso pendente.
Pulseira
A ideia, é reaproveitar a estrutura de pulseiras que temos em casa e que por uma ou outra razão, deixámos de usar e juntar-lhe outas materiais disponíveis, a gosto.
O tecido que usei, foi recortado de umas calças minhas, que deixaram de ser usadas, porque se romperam.
Material
- Bracelete de madeira
- Cola branca
- Diversos tipos de tecidos e rendas
- Pingentes
Preparação
Envolver a bracelete com cola branca. Enrolar pequenas tiras de tecido, rendas, etc. Cozer os pingentes (eu usei uma árvore da fortuna, de uma pulseira que tinha rebentado e uma concha da ilha da Armona).
Deixar secar e está pronta!
Já pensaram, no que se pode fazer com esta ideia?
Irei experimentar forrar uma bracelete com renda feita por mim, também deve ficar bem bonito.
Mãos à obra!
Deixa-se seduzir pelas vossas ideias, pela capacidade das vossas mãos.
Descubram-se e descontraiam 🙂
Paula Castanheira
Julho de 2019
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