Mãos que Mimam: A minha bijuteria (e acredito que poucas mulheres lhe resistam!)

Mãos que Mimam: A minha bijuteria (e acredito que poucas mulheres lhe resistam!)

A bijuteria, reveste-te de infinitos aspetos e materiais. Mais ou menos valiosa, mais ou menos trabalhada, mais um menos artesanal, mais ou menos sentimental, faz parte do nosso quotidiano.

Umas preferem-nas mais sofisticadas, outras mais étnicas, outras mais alternativas.

Diz-se que a bijuteria é um ramo da ourivesaria, que pretende criar peças de valor mais baixo e por isso mais acessível à população em geral.

Elas dão um toque final a qualquer visual. Muitas vezes, quase sempre, dizem algo sobre nós. Com elas fazemos combinações de cores e estilos, umas mais prováveis, outras nem por isso, mas todas válidas.

O mercado oferece-nos uma infinidade de objetos de bijuteria, mas hoje a minha proposta é fazermos com as nossas mãos, algumas peças. Claro que são propostas muito simples ao alcance de qualquer leiga na matéria.

A vontade de fazer, a curiosidade tem-me levado por caminhos tão desconhecidos, quanto fantásticos. Aprende-se mais um pouco e partilha-se. Podemos não inventar a roda, mas seguramente colocamos-lhe sempre um toque pessoal.

Vamos então fazer brincos, um pendente e uma pulseira.

O lema é aproveitar o que temos em casa, sempre que possível.

Brincos de renda

Fiz dois pares, para poderem ver diversos efeitos com a mesma ideia.

Material

  • Linha 12 matizada
  • Linha 6 lisa
  • Agulha de croché 1,5mm
  • Agulha de cozer, grossa (remates)
  • 4 Anzóis para brinco
  • Termolina (impermeabilizante e endurecedor)
  • 2 Partes de cola branca
  • 1 Parte de água
  • ½ Parte de álcool etílico

Preparação

Faz-se uma corrente com 8 malhas e fecha-se a argola.

Fazem-se 12 pontos altos (cada carreira, começa sempre com 3 malhas, que representam o primeiro ponto alto), 2 malhas, 12 pontos altos, 2 malhas e fecha-se a primeira carreira.

Fazem-se 12 pontos altos (ponto sobre ponto) e sobre as 2 malhas da primeira carreira, faz-se um ponto alto, 2 malhas e um ponto alto. Fazem-se mais 12 pontos altos (ponto sobre ponto) e termina-se a segunda carreira, na segunda extremidade, com 1 ponto alto, 2 malhas e um ponto alto.

Na 3ª carreira fazem dois pontos altos seguidos, 3 malhas que se fecham, com um ponto baixo, entre os dois pontos altos. Com este procedimento, estamos a fazer o picô para o nosso brinco. Nas extremidades, sobre as malhas da carreira anterior, fazemos 3 pontos altos, com as respetivas 3 malhas.

Fecha-se a ultimo carreira e rematam-se as pontas pelo lado do avesso. Ao preencher a argola central, com a primeira carreira, devemos ir escondendo a ponta inicial. Desta forma, no final do trabalho basta cortá-la.

Repete-se a operação para o segundo brinco e colocam-se os ‘anzóis’, na malha do meio. Eles servirão para pendurar na orelha

Agora chegou a hora de usar a termolina, para dar o toque final ao nosso trabalho. Podemos preparar este produto em casa, conforme as quantidades que vos indiquei. Sobre uma superfície plástica e com a ajuda de um pincel, primeiro do avesso e depois do direito, vamos espalhando a termolina, uniformemente. Todo o trabalho deve ficar bem molhado. Aproveitamos esta fase para abrir as malhas, com o pincel.

Depois, basta deixar secar por algumas horas. De preferência de um dia para o outro. É claro que este é só um princípio, uma espécie de caixa de pandora. A partir daqui, podemos usar a imaginação e criar infinitas peças originais. No segundo par de brincos, usei 2 contas em madeira.

Os ‘anzóis’, podem ser reaproveitamentos de brincos que já não usamos. E a linha, sobras de outros trabalhos.

Uns brincos diferentes todos os dias? Porque não?

Pendente

As palhinhas de plástico, já fizeram parte do nosso quotidiano. Eram usadas de forma inocente. Não havia o abanar de consciências. Muito menos o necessário conhecimento sobre a nefasta abalance de plástico a que estávamos a sujeitar o nosso planeta. Agora que percebemos o que está a acontecer, começamos a dar passos, ainda que lentos, no sentido de libertar a Mãe Terra, desta catástrofe com a nossa assinatura.

Cá em casa, já não usamos palhinhas descartáveis, mas ainda sobraram algumas, do tempo da inconsciência.

Com algumas destas, ou reciclando outras já anteriormente usadas, podemos prolongar-lhe a utilidade, produzindo, pequenas e simples peças de bijuteria.

Material

  • Restos de palhinhas
  • Papel vegetal
  • Ferro de engomar
  • Tesoura
  • Furador
  • Fio para pendurar ao pescoço
  • Molde em formato de coração

Preparação

Cortam-se os restos das palhinhas em pequenos pedaços, colocam-se unidos entre duas partes de papel vegetal e com a ajuda do ferro de engomar, aquecem-se até derretem ligeiramente e unirem.

Retira-se do papel, a nossa placa, feita dos pedaços das palhinhas e com a ajuda de um molde, desenha-se um coração.

Agora é recortar, fazer um furo com a ajuda do furador, nele passar o fio, para o pescoço, prender e está feito o nosso pendente.

Pulseira

A ideia, é reaproveitar a estrutura de pulseiras que temos em casa e que por uma ou outra razão, deixámos de usar e juntar-lhe outas materiais disponíveis, a gosto.

O tecido que usei, foi recortado de umas calças minhas, que deixaram de ser usadas, porque se romperam.

Material

  • Bracelete de madeira
  • Cola branca
  • Diversos tipos de tecidos e rendas
  • Pingentes

Preparação

Envolver a bracelete com cola branca. Enrolar pequenas tiras de tecido, rendas, etc. Cozer os pingentes (eu usei uma árvore da fortuna, de uma pulseira que tinha rebentado e uma concha da ilha da Armona).

Deixar secar e está pronta!

Já pensaram, no que se pode fazer com esta ideia?

Irei experimentar forrar uma bracelete com renda feita por mim, também deve ficar bem bonito.

Mãos à obra!

Deixa-se seduzir pelas vossas ideias, pela capacidade das vossas mãos.

Descubram-se e descontraiam 🙂

Paula Castanheira
Julho de 2019

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