Multiculturalidade, multirracialidade, multiplicidade de conceitos à volta da indumentária.
(Esta é uma série de 3 artigos, em que vos vou trazer um assunto que é tão actual como polémico. Será que a imagem ainda conta?)
A meio de 2019, nunca estivemos tão rodeados como agora de múltiplas opções no que respeita à imagem e à escolha do guarda-roupa pessoal.
Estarão o “politicamente correcto” e “profissionalmente aceitável” a mudar?
A Geração Y ou Millennials (indivíduos nascidos no período compreendido entre o início da década de 80 e começo dos anos 2000), já começaram a ditar as novas tendências à volta da indumentária no local de trabalho, esperando-se no futuro ainda maiores revoluções na forma como nos apresentamos “ao serviço”.
Para consubstanciar este artigo com a palavra dos “especialistas”, conduzi 45 entrevistas a 45 jovens millenials e as respostas foram, no mínimo, bombásticas.
Vamos conhecer neste artigo as principais características deste grupo etário e entender como podem influenciar a imagem pessoal em ambiente corporativo nos próximos anos.
[Os millenials] foram criados numa era tecnológica, completamente rodeados de intenso acesso à informação. São efectivamente preocupados com moda “justa”, com o bem-estar dos animais e com a sustentabilidade e eficiência da cadeia têxtil.
Cada vez mais se identificam com o minimalismo: menos é mais. Menos peças, mas mais versáteis. A própria inspiração “vintage” faz-lhes tirar o pó das peças dos seus avós, replicando estilos como a boina, as capelines, os relógios de bolso, as estolas. Quase diametralmente opostos, encontramos o sportsware e o calçado desportivo, que entram de rompante pelas empresas adentro e que são cada vez mais aceitáveis.
Estes indivíduos têm também uma preocupação interessante: porque não ter uma peça apenas temporariamente, recorrendo a empresas de aluguer de roupa, em vez de efectivamente a adquirir? As galas e eventos importantes não justificam investimentos em peças caras, mas sim a liberdade e flexibilidade de escolher, no momento e de acordo com um orçamento mais reduzido e mais consciente, aquela peça especial para alugar.
A posse de vestuário, acessórios e calçado está a mudar muito depressa. Esta geração tem mais informação, está constantemente actualizada em relação aos últimos modelos e quer… partilhar. Partilhar nas redes sociais, partilhar com os amigos, experimentar antes de comprar ou de alugar. A economia partilhada já está cimentada em outros aspectos das suas vidas: férias é com a Airbnb, deslocações é com a Uber.
No próximo artigo, não percam a análise do conceito de género, das peças “semsexo” e “unissexo” e dos mitos de “vestir para o sucesso”, em colaboração com a consultora de imagem Palmier Consulting by Sara Esteves.
Carla Soares
Career Coach
www.coachcarlasoares.com
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