E é com o testemunho da Joana Santana que falamos de voluntariado, da importância e do valor que o mesmo tem tanto para quem dá como para quem recebe.
Gratos Joana, por este testemunho que tanto desmitifica e valoriza o voluntariado.
Foi há 3 anos que o meu telefone tocou e alguém me perguntou se eu queria ajudar a Make-a-Wish. E eu pensei: “Quem?”. Depois de um breve resumo, onde me explicaram que a Make-a-Wish era uma Instituição que se dedica à realização de desejos em crianças entre os 3 e os 18 anos, com doenças graves, progressivas, degenerativas ou malignas, claro qu
e não hesitei e respondi que sim.
Mas não sabia bem para o que ia… Mas se o lema era “realização de desejos de crianças”, só poderia ser algo bom… O desejo do menino era ter um tablet mas para a MAW (Make-a-Wish) tinha de haver algo mágico: foi onde eu entrei, ao mascarar-me de Mickey para lhe dar o seu presente… aí percebi o que era realmente a Make-a-wish: aquele dia foi mesmo mágico para aquela criança, mas principalmente para mim! Tal como eu, aquele menino gostou do Tablet que recebeu, mas jamais deve esquecer aquele dia inesquecível com tantas brincadeiras e surpresas do Mickey! Aquele dia foi mesmo mágico e ficará para sempre no meu pensamento.
Aí não hesitei em me inscrever como voluntária na Make-a-wish. Depois vieram as questões: será que vou conseguir gerir a minha parte emocional com aquelas crianças e famílias? Será que vou ter tempo disponível para abraçar este projecto? Mas as respostas foram aparecendo à medida que cada vez mais eu entrava nesta grande família da make-a-wish.
Claro que eu conseguia gerir as minhas emoções com as crianças e famílias! Afinal quem precisa de “ajuda” são elas e só querem ver uma luzinha ao fundo do túnel, por isso é minha missão trazer-lhes essa luz! Sou eu que tenho de lhes deixar um rasto de esperança, alegria, força e magia!
E claro que sempre consegui ter tempo, pois afinal o nosso tempo é gerido por nós! É uma questão de organização profissional e familiar. Muitas vezes, consigo conciliar o meu tempo familiar com este projecto, ao levar o meu filho de 5 anos para actividades da MAW e, assim fazer um programa familiar que adoramos! Deste modo, sem querer, já tenho um filho que vive esta questão do voluntariado!
Sem ser esse o meu objectivo, criei no meu filho um gosto enorme pela MAW e já é ele próprio que divulga junto dos amiguinhos e Pais o gosto de ser “voluntário”, pois para ele, ser voluntário da MAW é uma honra que nem todos podem ter (muito sério já disse algumas vezes ao Pai que “Só eu e a Mummy é que podemos ser da MAW, mas não fiques triste Papá!”). Ele próprio percebeu a responsabilidade de ser voluntário e que existem meninos com problemas mas que há sempre uma esperança e que nunca podemos desacreditar: afinal, existe magia no mundo dos meninos! (e como é bom saber isso!)
Para uma criança doente, ver o seu desejo realizado é a força que ela necessita para continuar a lutar; para as famílias, significa recuperarem a esperança e voltarem a ver um sorriso na cara dos seus filhos; para um voluntário, é a alegria de ver uma família renascer e saber que deixamos uma marca positiva nestas vidas!
Ao sermos voluntários na MAW sabemos que, por momentos, conseguimos que os meninos deixem as suas doenças e tristezas no hospital, e que, nem que seja por um dia, sejam somente crianças e tenham um dia muito especial, que jamais esquecerão!
Ser voluntário é ter a certeza que estou a deixar uma pegada nesta vida: alguém se vai lembrar de mim por algo bom, mas o que eles jamais irão saber é que eles me fizeram um bem maior: deixaram uma alegria imensa no meu coração! Por isso o saldo, mesmo sem eu querer, é sempre mais positivo para mim: eu recebo muito mais destes meninos/famílias, do que eu lhes consigo dar (mesmo que eles recebam viagens, conheçam o seu ídolo ou tenham o que sempre sonharam).
E por isso sou grata de ser voluntária na Make-a-wish pois aprendi o que é lutar, sorrir e, aprendi essencialmente a relativizar as coisas, pois tenho o meu filho com saúde e por isso sou feliz!
You must be logged in to post a comment.